Tipos de sujeito
As frases podem apresentar sujeito indeterminado, sujeito inexistente ou sujeito determinado. Esse último subdivide-se, ainda, em três tipos: sujeito simples, sujeito composto e sujeito oculto.
1. Sujeito simples
Quando o verbo principal de uma frase faz referência a um sujeito de núcleo único, temos um sujeito simples.
O núcleo do sujeito é a sua palavra principal e mais importante.
É importante referir que um sujeito simples não é necessariamente representado por apenas uma palavra ou por um termo flexionado no singular.
Exemplos de sujeito simples:
- Paulo comprou uma bicicleta.
- Os meninos estão brincando no quintal.
Relativamente ao primeiro exemplo, se nos perguntarmos “Quem comprou a bicicleta”?, teremos como resposta: “Paulo”. Nesse caso, o verbo “comprou” faz referência a um sujeito de núcleo único: Paulo.
Já no segundo exemplo, se nos perguntarmos “Quem está brincando no quintal?”, teremos como resposta “Os meninos”. Veja que, nesse caso, o sujeito é formado por duas palavras. No entanto, o núcleo do sujeito é o elemento “meninos”.
2. Sujeito composto
Quando o verbo principal de uma frase faz referência a dois ou mais núcleos do sujeito, temos um sujeito composto.
É importante referir que um sujeito composto não necessariamente é um vocábulo no plural. Observe abaixo.
Exemplos de sujeito composto:
- Camila e Lorena fizeram os doces da festa.
- A professora e os alunos ensaiaram para a festa da escola.
No primeiro exemplo, se nos perguntarmos “Quem fez os doces da festa?”, teremos como resposta “Camila e Lorena”, ou seja, um sujeito com dois núcleos; núcleo 1: Camila; núcleo 2: Lorena.
O mesmo acontece com o segundo exemplo. Quando nos perguntamos “Quem ensaiou para a festa da escola?”, teremos como resposta “A professora e os alunos”. Núcleo 1: professora; núcleo 2: alunos.
No entanto, veja como a frase abaixo é diferente:
Exemplo:
Os netos presentearam a avó.
Se nos perguntarmos “Quem presenteou a avó?”, teremos como resposta “Os netos”. Observe que, as palavras de tal resposta estão no plural, mas isso não é indicativo de sujeito composto.
Como o sujeito tem um núcleo só (netos), temos um caso de sujeito simples.
3. Sujeito oculto ou sujeito desinencial
Também designado de sujeito elíptico, sujeito implícito e sujeito subentendido, o sujeito oculto/desinencial é aquele que não aparece na frase de forma explícita. Podemos dizer que sabemos que ele está ali, mas não conseguimos vê-lo.
No entanto, podemos identificá-lo por conta da desinência do verbo da frase.
A desinência consiste em elementos do final da palavra que permitem identificar a pessoa verbal à qual ela se refere, compreender se a palavra é masculina ou feminina, singular ou plural, etc.
Ao analisarmos a flexão verbal "estamos", por exemplo, observamos o seguinte: -mos: desinência número pessoal indicativa da 1ª pessoa do plural (nós).
Exemplos de sujeito oculto:
- Estamos muito orgulhosos de você.
- Deixei minha chave em casa.
Em ambos os exemplos, o que nos indica qual é o sujeito é a desinência da flexão verbal. No primeiro exemplo, o verbo “estamos” nos indica que o sujeito só pode ser “nós”. Já no segundo exemplo, o verbo “deixei” é indicativo de que o sujeito da frase é “eu”.
Nesse caso, tanto o sujeito “nós” quanto o sujeito “eu” estão implícitos.
4. Sujeito determinado
O sujeito determinado é aquele que pode ser identificado. Compare os exemplos abaixo:
- Rita disse que vai chover (sujeito determinado).
- Disseram que vai chover (sujeito indeterminado).
Observe que, no primeiro exemplo, podemos identificar o sujeito (Rita). Por isso, temos um caso de sujeito determinado.
Já na segunda frase, sabemos que alguém disse que vai chover, mas não sabemos quem.
Os sujeitos simples, compostos ou ocultos são sujeitos determinados.
5. Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é aquele que faz referência a alguém, mas não o identifica.
Esse tipo de sujeito geralmente é acompanhado de verbos flexionados na terceira pessoa do plural, ou de verbos flexionados na terceira pessoa do singular, acompanhados da partícula -se.
Exemplos de sujeito indeterminado:
- Esqueceram de trancar a porta.
- Precisa-se de vendedores.
Observe que, no primeiro exemplo, sabemos que alguém esqueceu de trancar a porta, mas não exatamente quem.
Já na segunda frase, identificamos que alguém ou algum lugar precisa de vendedores, mas não compreendemos quem ou que lugar.
6. Sujeito inexistente (oração sem sujeito)
O sujeito inexistente ocorre no que chamamos de oração sem sujeito, e é acompanhado por um verbo impessoal.
Os verbos impessoais não são acompanhados por sujeitos e podem indicar: fenômenos da natureza (chover, nevar, fazer frio, fazer calor etc.); tempo decorrido (ser, fazer, etc.) e existência ou acontecimento de algo (haver).
Exemplos de sujeito inexistente:
- Nevou o dia todo.
- Faz três anos que estudo nesta escola.
- Há muita gente na praia.
- Na minha família houve um caso parecido.
Exercícios sobre tipos de sujeito
1. (CESPE/2019 - adaptada)Texto CB1A1-IEm 1996, no artigo Contratos Inteligentes, o criptógrafo Nick Szabo predizia que a internet mudaria para sempre a natureza dos sistemas legais. A Justiça do futuro, dizia, estaria baseada em uma tecnologia chamada contratos inteligentes.Os contratos legais com que habitualmente trabalham os advogados estão escritos em linguagem frequentemente ambígua e sujeita a interpretações diversas. Um contrato inteligente é um acordo escrito em código de software. Como linguagem de programação, é claro e objetivo. O contrato se executa de maneira automática quando se cumprem as condições acordadas. Ambas as partes podem ter certeza quase total de que o acordo se cumprirá tal como foi combinado. E tudo ocorre em uma rede descentralizada de computadores. Não há nada que as partes possam fazer para evitar o cumprimento do contrato.Imaginemos que Alice compre um automóvel com um crédito bancário, mas deixe de pagar suas prestações. Uma manhã, introduz sua chave digital no veículo — e a porta não abre. Foi bloqueada por falta de cumprimento do contrato. Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave digital. Abre a porta, liga o motor e parte com o veículo. O contrato inteligente bloqueou de maneira automática o uso do automóvel por parte de Alice, por causa da falta de cumprimento do contrato. O banco recupera o veículo sem perder tempo com dinheiro nem advogados. Szabo propôs os contratos inteligentes nos anos 90. Mas durante muito tempo, a proposta ficou só na ideia. Até que em 2014 um jovem russo-canadense de 19 anos chamado Vitalik Buterin, usando blockchain, lançou a Ethereum. Trata-se de uma rede que mantém registro compartilhado com a rede bitcoin, mas tem linguagem de programação mais sofisticada, que permite a gravação de contratos inteligentes. Os contratos inteligentes prometem automatizar muitas das ações que historicamente se fizeram por meio de sistemas legais, reduzindo seus custos e aumentando sua velocidade e segurança.- Ainda que o segmento esteja numa fase inicial, aos poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos principais desafios está no ambiente regulatório — em particular, no reconhecimento legal desses contratos.
“Hoje, contamos com projetos de implementação de contratos inteligentes com validade legal, como OpenLaw, da ConsenSys (Estados Unidos), Accord Project (EUA e Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo, cofundador da comunidade LegalBlock, de advogados especialistas em blockchain.Um segundo desafio é desenvolver a infraestrutura necessária para que os contratos inteligentes possam ser executados. Isso inclui a criação de fechaduras inteligentes que respondam às ordens desses contratos. Elas é que farão a hipotética devedora Alice não conseguir abrir o carro por ter deixado de pagar as prestações. No futuro também será possível que uma casa alugada no Airbnb abra as portas de maneira automática quando ocorre o pagamento. A empresa Slock.it desenvolve uma rede universal de compartilhamento (Universal Sharing Network) na qual, espera-se, vão interagir carros, casas e outros ativos da economia compartilhada. Será uma peça fundamental para o desenvolvimento dos contratos inteligentes na nova economia.
Etiquetas: Lingua Portuguesa
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